terça-feira, 18 de novembro de 2008

Saudade,
Vontade,
Sorrisos ocultos.
De tempos em tempos tudo muda radicalmente
Eu apenas continuo a dançar conforme a música que
Sem eu entender,
Continua a tocar
Sem parar.

São as tristezas e alegrias...

Sabe, às vezes me perco em mim mesmo.
E fico a me perguntar qual o sentido da espera.
Se é infinita, se é relativa.
Ou se realmente
Conseguiríamos viver
Sem a beleza de saber que somos a eternidade.

O amor, a alegria, a ideologia.
As lágrimas, os porres.
A forma com que tudo está contido.
E ao mesmo é como se gritasse
Em nome do amor
Da saudade,
Da vontade,
Da eternidade.

Tristeza,
Felicidade,
Resumidos,
Numa espera delirante.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O orvalho e o tempo

Tempo que corre solto,
Levado pelo vento,
Que nem vemos,
E que leva
O de bom
Ou o de ruim
E enquanto isso
Seguimos,
Ao som do jazz,
Pelas noites e dias
Que nunca acabam.

Tristes rostos
Lamúrias de jovens
Velhos
Pobres coitados
Caindo na sarjeta de um bar
Parisiense
Á luz reluzente
Da gota de orvalho
Que o relógio trás
Para o próximo crepúsculo

Amor


Vozes lúcidas e aveludadas

Que me seduzem

Como o fogo

Em uma noite de frio.

Sou água,

Mas preciso

De teu fogo

Pra em mim mesmo

Novamente mergulhar

Em uma penúria de paixão

Enfurecida.

Agasalhos da alma,

Feitio de teu rosto

Expelindo a expressão

Dos ventos lancinantes

De uma linda paisagem

Que por sob o véu

De tua elegância

Deixam-me

De queixo caído.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ânsia

Uma imagem no nada à espera de uma explicação, uma onda fugaz de consciência que se desdobra no vácuo, uma saudade do que nunca foi dito, uma música que, num ímpeto de tristeza, me parte em dois. Nada disso, depois que a vida deixou de pertencer à mim para ser algo fora de controle, passou a ser a resposta. Acho que serviu mais como um sopro de melancolia que sempre volta à enfeitiçar as vísceras de minha razão. O mais engraçado é como a tênue linha entre a razão e a mentira às vezes serve de verdade para aqueles que vivem no vazio absoluto da burrice: o que há de mais certo, por vezes penso, é a própria loucura, que por detrás de sua face absurda perfaz o caminho de um poço existencial, que é absoluto.