sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Estações
São como teu caminhar, no tempo que passa.
Cada segundo a atravessar um buraco.
Num sonho, tuas armadilhas ecoam
E me deixam,
Sem palavras.
Raio de sol da manhã, me trazendo a ti
Só espio, pra ver se me espias também.
Mas desta vez acho que você, meu sonho,
Só vai durar até a noite chegar
Pois minhas curtas palavras não chegam à ti.
Oh, ai de mim, tragédia bárbara.
Mergulho em um poço de lágrimas,
Meu navio apenas voa em um mar de sentimentos
E antes do inverno chegar preciso que sejas minha.
Diante do véu maravilhoso de minha janela que
A luz das estrelas ilumina, temo por seu brilho.
Por trás deste véu que me trazes tu, ó tu, que foges
Mas que não me deixa jamais, me fazendo estremecer
Perante o frio dessa angústia!
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Solidão
Como num vazio,
Em que só janelas quebradas
Me separam do mundo
Exterior.
Vozes me chamam
Mas apenas continuo a dançar
A dança de tua saudade.
Nada como a felicidade,
Em horas como essas.
Mas não estás aqui
E meu pranto não vai acabar
Até que apareças.
A vida passa
E não vens, não vens.
Que tens a me dizer,
Meu amor,
Em saber que nem te conheço
E já és minha?
Por trás de minha frágil figura
Existe alguém
Que quer te conhecer
Te ter.
Solidão, ó solidão.
És a espera,
A fumaça,
O fogo que queima
No meu coração,
E que me deixa
Desesperado.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Vontade,
Sorrisos ocultos.
De tempos em tempos tudo muda radicalmente
Eu apenas continuo a dançar conforme a música que
Sem eu entender,
Continua a tocar
Sem parar.
São as tristezas e alegrias...
Sabe, às vezes me perco em mim mesmo.
E fico a me perguntar qual o sentido da espera.
Se é infinita, se é relativa.
Ou se realmente
Conseguiríamos viver
Sem a beleza de saber que somos a eternidade.
O amor, a alegria, a ideologia.
As lágrimas, os porres.
A forma com que tudo está contido.
E ao mesmo é como se gritasse
Em nome do amor
Da saudade,
Da vontade,
Da eternidade.
Tristeza,
Felicidade,
Resumidos,
Numa espera delirante.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
O orvalho e o tempo
Levado pelo vento,
Que nem vemos,
E que leva
O de bom
Ou o de ruim
E enquanto isso
Seguimos,
Ao som do jazz,
Pelas noites e dias
Que nunca acabam.
Tristes rostos
Lamúrias de jovens
Velhos
Pobres coitados
Caindo na sarjeta de um bar
Parisiense
Á luz reluzente
Da gota de orvalho
Que o relógio trás
Para o próximo crepúsculo
Amor
Vozes lúcidas e aveludadas
Que me seduzem
Como o fogo
Em uma noite de frio.
Sou água,
Mas preciso
De teu fogo
Pra em mim mesmo
Novamente mergulhar
Em uma penúria de paixão
Enfurecida.
Agasalhos da alma,
Feitio de teu rosto
Expelindo a expressão
Dos ventos lancinantes
De uma linda paisagem
Que por sob o véu
De tua elegância
Deixam-me
De queixo caído.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Ânsia
domingo, 26 de outubro de 2008
Choro da Alma
Dias calmos,
Sossegados.
Mas um vazio grita em mim
A espera de que alguém ouça.
Cheio de amor pra dar
Meu coração
Expele somente
Duas faces
Duma mesma moeda
Sem valor nem mais-valia
A tristeza de estar
E a alegria vazia
Como se em vão
Eu pensasse que fosse chegar
Em algum lugar.
No fundo mesmo,
Eu gostaria
De me atirar num poço
Tão fundo quanto o vazio
Que a profundidade
Das suas palavras
Pra mim representa
Por que todo esse melodrama
Foi só um tempo perdido
Que recupero logo
Nos olhos de um novo amor
Que sofre
Pelos espinhos
Da distância
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Sentidos
Certa vez senti que meus sentidos me enganavam
Que nos meus olhos não poderia mais confiar
Que minhas lágrimas haveriam retratar
Traduzir minhas dúbias faces,
Que de novo a perna meus sentidos me passaram!
De minhas lágrimas servem-se, sedentos, meus olhos.
O juiz que há em mim procura festejar o motivo da nova punição
E em meio à esse caos, minha moral vacila
Em meio às explosões
Dessa terna destruição!
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Mergulho
Mergulho em águas negras
E às vezes nem posso gritar
É como se quanto mais eu tentasse nadar
Mais e mais acabo por afundar
Agora ninguém pode me escutar
O eco do silêncio é o mais presente
Apesar de não se notar
E em meio à tanto falatório
Relutamos em espiar
Mergulho meus olhos em lágrimas
Todas cristalinas
E sujo meu pensamento
Com conversas das mais íntimas
Sou amigo do silêncio
Sou amante do pesar
Filho do constante retornar
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Fugindo
Rua das ilusões, caminho para uma nova era
Segues os passos em falso da hipocrisia resguardada
Tendes a te iludir mesmo perante um rico mundo, insano, que é uma fera.
Amores a esmo, tristeza e solidão
Por sob um manto falso de terna desilusão.
Como uma velha razão
De lunáticos em casa
Ergo a bandeira de uma nova forma de vazia resolução
Figuras na lentidão
Da contradição
Tudo como um berço na beira da praia
Ouvindo a musica da solidão
Após a angústia da insuficiência diária
Dialogo com a fria imensidão
Agora, depois de tudo isso, que me dizes, guardião da verdade?
Não estaria eu certo?
Só porque, para mim, nenhuma ave canta mais, perdi o senso de realidade?